Devoção dos Cinco Primeiros Sábados

Se o Senhor Deus nos manda honrarmos pai e mãe, imagine-se o quanto devemos honrar Sua Mãe — e nossa, na ordem da graça! —, Ela que é bendita e cheia de graça, cujo ventre carregou Deus Filho.

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Nosso Senhor Jesus Cristo é o caminho que nos leva ao Pai — único Mediador entre Deus e os homens, diz a doutrina católica. Ainda assim, Sua Mãe Santíssima é-nos segura intercessora, porque está unida a Ele — aliás, entre todos é a de maior santidade. Seria por fraqueza de fé que recorremos aos Santos, posto que Deus pode atender nossas orações diretamente? Jamais: Nosso Senhor enalteceu a fé do Centurião com maiores elogios, mesmo tendo enviado ao Salvador os anciãos dos judeus, para que lhe impetrassem a cura do servo doente (Lc VII).

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De fato, Santo Agostinho ensina que muitas coisas Deus não concede, se não houver a intervenção de um mediador e advogado (Aug. Quaest. Hept. 149: PL 34). Serve de exemplo que Deus perdoou os pecados dos amigos de Jó só depois que este intercedeu por eles (Jó XLII,8).

 

Portanto, dediquemo-nos ao Imaculado Coração de Maria, que está unido ao Sagrado Coração de Jesus! Amemos a Nossa Senhora, digna de louvor e veneração, e com Ela adoremos a Deus Nosso Senhor.

 

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Para essa devoção que abaixo se explicará pormenorizadamente pelos escritos da própria Irmã Lúcia (aquela que fora um dos três pastorzinhos de Fátima), requer-se, por cinco meses seguidos, ao primeiro sábado de cada mês:

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1. Confissão, com a intenção de desagravar o Imaculado Coração de Maria*;

2. Comunhão reparadora (em estado de graça)**;

3. Récita do Terço**;

4. Meditação durante 15 minutos sobre um ou todos os mistérios do Rosário**.

 

*De preferência, no próprio sábado ou na oitava.

**Estes devem ser cumpridos no próprio sábado.

 

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Trechos do manuscrito da Irmã Lúcia, "Texto da grande promessa do Coração de Maria, na Aparição de Pontevedra (Espanha)"*:

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"Dia 10-12-1925, apareceu-lhe a SS. Virgem e, ao lado, suspenso em uma nuvem luminosa, um Menino. A SS. Virgem, pondo-lhe no ombro a mão e mostrando, ao mesmo tempo, um coração que tinha na outra mão, cercado de espinhos. Ao mesmo tempo, disse o Menino:

– Tem pena do Coração de tua SS. Mãe que está coberto de espinhos que os homens ingratos a todos os momentos Lhe cravam sem haver quem faça um acto de reparação para os tirar.

Em seguida, disse a SS. Virgem:

– Olha, minha filha, o Meu Coração cercado de espinhos que os homens ingratos a todos os momentos Me cravam, com blasfémias e ingratidões. Tu, ao menos, vê de Me consolar e diz que todos aqueles que durante 5 meses, ao 1.° sábado, se confessarem, recebendo a Sagrada Comunhão, rezarem um Terço e Me fizerem 15 minutos de companhia, meditando nos 15 mistérios do Rosário, com o fim de Me desagravar, Eu prometo assistir-lhes, na hora da morte, com todas as graças necessárias para a salvação dessas almas.

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No dia 15-2-1926, apareceu-lhe, de novo, o Menino Jesus.

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[...]

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Apresentou a Jesus a dificuldade que tinham algumas almas em se confessar ao sábado e pediu para ser válida a confissão de 8 dias. Jesus respondeu:

– Sim, pode ser de muitos mais ainda, contanto que, quando Me receberem, estejam em graça e que tenham a intenção de desagravar o Imaculado Coração de Maria.

Ela perguntou:

– Meu Jesus, as que se esquecerem de formar essa intenção?

Jesus respondeu:

– Podem formá-la na outra confissão seguinte, aproveitando a 1.ª ocasião que tiverem de se confessar.

 

[...]

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– Mas o meu Confessor dizia na carta que esta devoção não fazia falta no mundo, porque já havia muitas almas que Vos recebiam, aos 1.os Sábados, em honra de Nossa Senhora e dos 15 Mistérios do Rosário.

– É verdade, minha filha, que muitas almas os começam, mas poucas os acabam e as que os terminam é com o fim de receberem as graças que aí estão prometidas; e me agradam mais as que fizerem os 5 com fervor e com o fim de desagravar o Coração da Tua Mãe do Céu, que as que fizerem os 15, tíbios e indiferentes..."

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*Cf. Memórias da Irmã Lúcia.

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