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Como resolver todos os conflitos sociais?


Existe uma lei econômica que se aplica a tudo em nossa vida: a lei da escassez. Segundo ela, diante dos desejos quase infinitos do homens, que não pode se saciar nunca com o que tem, os bens existentes no mundo são limitados e escassos e não podem satisfazer todos os homens de igual maneira. Nem todos podem ter uma casa em Miami ou podem ter um bilhão na conta bancária. Na verdade, apenas uma ínfima parcela da humanidade pode ter esses bens.

Essa simples constatação é capaz de explicar a origem de todos os problemas sociais, políticos ou econômicos: o outro tem algo que eu não tenho e isso me atinge ou me prejudica. Surgem daí todos os conflitos de interesse, que trazem consigo todas as paixões dos homens: ira, inveja, avidez, soberba, e todas as outras que quase compelem o homem a entrar em conflito com o próximo.

Quantas guerras não tiveram início por que a nação vizinha tinha mais comida, bens materiais ou um território mais vantajoso? Quantas brigas entre os homens não se originam pela cupidez do dinheiro, mesmo dentro de uma família? Se todos pudessem ter acesso a uma quantidade infinita e ilimitada de bens, não haveria razões para guerras, brigas ou contendas.

Diante desse cenário quase que inescapável da história humana, qual a solução que podemos apontar? Muitos procuram em ideologias políticas a resolução dos problemas sociais. Defendem a derrubada do sistema atual para a construção de um sistema futuro hipotético em que a humanidade finalmente viveria em paz consigo mesma. Entretanto, todas as tentativas nesse sentido fracassaram e, em vez de soluções, trouxeram mais desgraças consigo. Socialismo, comunismo, fascismo, anarquismo, liberalismo e tantas outras ideologias nunca prosperaram porque simplesmente não puderam compreender a natureza humana e, portanto, o germe do problema que afeta a todos.

Ante esse cenário tenebroso, o Evangelho nos aponta uma outra vida, que vai muito além dessa vida material permeada pelo problema da escassez, e promete resolver esse problema não por meio de revoluções ou ideologias, mas por meio da busca daquele único bem que pode saciar a todos os homens: Deus.

Se existe a vida material do homem, inevitável por ser ele um composto de alma e corpo, existe nele uma outra vida que não obedece às mesmas leis: a vida interior. Essa vida interior, por ter como objeto direto Deus, é a que deve preocupar e dar sentido à vida material, e não o contrário. Se a vida material rege a interior, o que há de mais precioso no homem será reduzido àquilo que ele tem de comum a todos os animais. Ao contrário, se a vida interior rege e permeia de sentido a vida material, esta adquirirá um sentido que ultrapassa qualquer vida animal: “Buscai primeiro o Reino dos Céus, e todo o resto vos será acrescentado” (Mt 6, 33).

Mas o que há de tão diferente nessa vida interior que é capaz de saciar o coração de todos os homens?

Se no mundo material a mesma casa, o mesmo terreno ou qualquer outro bem não podem pertencer a todos, no mundo espiritual o mesmo bem pode pertencer a todos e, melhor!, quando mais uma pessoa tem um bem espiritual mais as outras pessoas o terão também! Quem possui um bem material em abundância pode ocasionar contendas e perturbar a paz do próximo; quem possui em abundância um bem espiritual é capaz de distribui-lo aos outros sem perder absolutamente nada.

Garrigou-Lagrange, magistralmente, assim escreveu sobre essa fundamental diferença: “Mais ainda, não possuímos plenamente uma verdade, se não a ensinarmos a outros, se não os fizermos participar de nossa contemplação. Não amamos realmente uma virtude se não a quisermos ver amada pelos outros. Não amamos sinceramente a Deus se não o quisermos fazer amado. Enquanto se perde o dinheiro que se dá ou que se gasta, não se perde Deus dando-o aos outros, antes ficamos possuindo-o melhor. Nós o perderíamos se, pelo contrário, por ressentimento permitíssemos que sequer uma alma ficasse sem Ele; se quiséssemos excluir uma alma do nosso amor, mesmo aquela que nos perseguisse e caluniasse”.

Dessa constatação nasce outra que, se fosse bem compreendida, poderia trazer a solução de todos os conflitos humanos: os bens espirituais unem todos os homens cada vez mais à medida que os procuremos com mais intensidade. Ao contrário, se procuramos os bens materiais por si mesmos com avidez, criaremos divisões inevitáveis entre os homens. Mesmo a divisão e socialização de tais bens não poderão nunca saciar o coração humano, porque o homem foi criado para Deus e a alma humana sempre buscará bens eternos. Enquanto colocarmos o nosso coração nas coisas da terra, não teremos a paz. Enquanto dissermos que o fim último do homem é possuir apenas uma vida repleta de bens materiais, por mais que os conquistemos, não atingiremos a felicidade. Ideologias que buscam saciar o homem com apenas as coisas deste mundo fracassarão inevitavelmente.

Busquemos, portanto, as virtudes, a verdade, Deus, e, à medida que formos nos enriquecendo interiormente, enriqueceremos as pessoas à nossa volta, os incrédulos, a Igreja. Não coloquemos nossas forças para conquistar tesouros na terra, mas tesouros no céu, para alcançar a verdadeira paz entre os homens.


 
 
 

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